Cura Divina
No mundo de hoje, muitas vezes sentimo-nos tentados a acreditar que a maioria das práticas de cura divina e espirituais é sempre positiva e necessária se queremos sentir e manter a paz interior e o equilíbrio nas nossas vidas. Simultaneamente, muitos professores de pensamento positivo e especialistas na lei da atracção defendem que devemos suprimir ou ignorar os nossos pensamentos negativos e as nossas emoções e experiências espirituais avassaladoras. Frequentemente, convencem-nos de que “Tudo é um reflexo do nosso interior, pelo que precisamos de nos responsabilizar por Tudo.”
Cura Divina para empatas e almas sensíveis
Na minha experiência pessoal, enquanto alma gentil e curandeira, muitas vezes descubro que estas crenças certamente não são benéficas para muitos seres empáticos e almas sensíveis que frequentemente se sentem culpados, oprimidos e confusos quando continuam a experimentar várias modalidades de cura com pouco ou nenhum alívio ou quando se deparam com alguém ou algo que lhes diz que se devem responsabilizar inteiramente pelas suas dores e assumir a total responsabilidade pelas suas circunstâncias.
Na Verdade,
A Cura Divina é um Caminho de Regresso e Relembrança à Alma e à nossa Verdadeira Essência, que já são e sempre foram Unas e Inteiras.
Muitas modalidades de cura e práticas espirituais podem de facto ser úteis. Muitas apoiam-nos na nossa elevação quando transmutamos energias e padrões densos em Consciência e Luz. No entanto, muitas vezes podemos sentirmo-nos inclinados a acreditar que há sempre mais para curar e que devemos sempre fazer mais. Muitas vezes usamos estas crenças para nos distanciarmos da Verdade e do Todo sempre acessíveis no Aqui e Agora.
"Frequentemente, perdemo-nos em padrões inconscientes (pessoais e colectivos) de "Eu não sou bom/boa o suficiente" e "Se ao menos eu... então sentir-me-ei inteiro/a e em paz."
Adicionalmente, para muitos empatas e almas sensíveis, pode ser desafiador ouvirem alguém dizer que devem responsabilizar-se inteiramente pelos seus pensamentos, emoções e experiências espirituais. Porquê? Em primeiro lugar, porque podem não ser seus. Apesar de sermos Todos Um, nesta realidade dual é saudável e essencial termos limites. Em segundo lugar, porque sendo almas cuidadoras e carinhosas, muitas vezes essas afirmações alimentam as suas preocupações e culpas. Em vez de se sentirem com poder pessoal, muitos mergulham mais profundamente na culpa, acreditando que algo deve estar errado com eles. Deste ponto de vista, muitos começam a sentir ou a reforçar a crença de que a sua sensibilidade e empatia são na realidade uma maldição e não um dom.
Despertar
Na minha visão e experiência, a Cura é um despertar no qual seguimos a nossa Luz, aquela Sabedoria e Esperança Interior profunda de que tudo está bem. Inicialmente, a nossa Presença pode surgir como um mero vislumbre. Ao permitirmos que ela se revele, cultivando-a através da atenção e do foco, a nossa Presença sempre nos guiará até à Consciência e à nossa Verdadeira natureza e Essência.
A partir da Presença, a Cura Divina nutre profundamente o nosso Ser, elevando padrões baseados no ego, ilusões e falsas percepções de Ser e Fazer.
Estes despertares não podem ser forçados a ocorrerem. Às vezes, acontecem espontaneamente. Às vezes, surgem quando cultivamos a Consciência ao mesmo tempo que nos rendemos Ao que É. Embora muitas práticas de cura possam ajudar-nos a libertar o nosso Ser do peso e das turbulências que turvam a nossa Consciência, se usadas a partir de um lugar de não-Presença, elas podem ser prejudiciais, particularmente quando entregamos o nosso poder pessoal a outros ou às maneiras avassaladoras do mundo que diz que devemos sempre estar a fazer algo em vez de nos permitirmos regressar naturalmente e gentilmente ao nosso Ser e à nossa Sabedoria.
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